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Quadro de Soft Skills

Guia de uso

Entenda o que é Soft Skills



Muitos jovens não apresentam as habilidades necessárias para serem bem sucedidos no trabalho e na vida escolar. Dificilmente um funcionário inserido no mercado de trabalho há 10 ou 15 anos desenvolveu, por exemplo, empreendedorismo e inteligência emocional na escola. No entanto, muitos dos profissionais bem sucedidos desenvolveram soft skills ao longo da vida. Ao mesmo tempo em que a educação muda, o mercado de trabalho traz projetos colaborativos e interdisciplinares que exigem, por sua vez, uma mudança dos trabalhadores que passam a necessitar de competências específicas, como pensamento crítico, inovação e criatividade, além de uma estrutura organizacional que se proponha a transformar o dia a dia das empresas.

Quadro de Soft Skills

O Quadro de Soft Skills é derivado da Matriz de Soft Skills, que foi uma iniciativa do SENAI e teve como inspiração as competências mais citadas no relatório The Future of Jobs Report 2018 (World Economic Forum) e requeridas na perspectiva das novas tecnologias da Indústria 4.0. Também foram adicionadas à matriz as competências consideradas importantes para esse perfil profissional, como o empreendedorismo e algumas facetas da inteligência emocional.

O Quadro desenvolvido relaciona as atividades típicas de um estudante bolsista com as habilidades socioemocionais necessárias para que os profissionais alcancem os melhores resultados e estejam preparados para os novos desafios do mercado de trabalho.

Construção e organização da matriz

A elaboração do Quadro de Soft Skills, tomou como foco central, a formação integral do aluno. Essa abordagem considera que os mesmos deverão ser capazes de atuar com protagonismo, agindo com intencionalidade e respeito ao próximo, destacando-se por serem agentes de seu percurso de vida e trabalho.

O Quadro de Soft Skills lista: (I) processos segundo a maturidade operacional EMBRAPII (II) seus equivalentes no Sistema EOE (III) as atividades típicas (IV). as competências (v) as habilidades e, (VI) recomendações para a prática hands-on.

Conjunto de competências

Fazendo as devidas adaptações e considerando que o perfil do profissional dos tempos atuais deve contemplar uma formação integral, duas competências são essenciais – Empreendedorismo e Inteligência Emocional. Deste modo a Matriz de Soft Skills foi personalizada, a partir do seguinte conjunto de competências:

Organização do Quadro

Na organização do Quadro, além da competência (Soft Skills) temos as colunas: de Maturidade Operacional da EMBRAPII; do Sistema Excelência Operacional EOE; Atividades Típicas; Habilidades e Recomendações para práticas hands-on.

O Quadro foi elaborado de forma a tornar possível a adaptação do percurso formativo a um público-alvo com diferentes níveis de escolaridade e idade.

QUADRO DE SOFT SKILLS

Maturidade Operacional EMBRAPII

Sistema Excelência Operacional EOE

Atividades Típicas Segundo EOE

COMPETÊNCIA

HABILIDADE

RECOMENDAÇÕES PARA PRÁTICAS HANDS-ON

  • Prospecção de projetos: congrega as atividades realizadas com o objetivo de buscar oportunidades para desenvolver projetos de P&D aplicado para empresas industriais, segundo o modelo EMBRAPII.

Planejamento do Negócio

  • Disseminar internamente o Plano de Ação submetido à EMBRAPII
  • Revisar metas do Plano de Ação a partir da experiência com os projetos de PD&I.
  • Identificar novas oportunidades de negócio (potenciais clientes, mercados, produtos, parceiros e concorrentes)
  • Pensamento crítico e inovação
  • Descrever elementos de um processo dando o contexto de onde eles ocorrem.
  • Descrever o processo pela qual a Unidade EMBRAPII busca por oportunidades para desenvolver projetos de PD&I com empresas.
  • Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
  • Compreender os problemas, fazendo perguntas esclarecedoras para uma tomada de decisão.
  • Identificar novas oportunidades de negócios analisando os potenciais clientes, mercados, parceiros e concorrentes.

Planejamento do Negócio

  • Realizar visitas em potenciais clientes
  • Realizar eventos para desenvolvimento de oportunidades de negócio
  • Disseminar cenários
  • Atualizar Sistema de Acompanhamento EMBRAPII
  • Inteligência emocional: autorregulação
  • Expressar ideias de maneira clara e eficiente.
  • Elaborar conteúdo para demonstrar tecnologias desenvolvidas pela Unidade em feiras de negócios, para potenciais clientes.

Definição das Soft Skills

Pensamento Crítico e Inovação

Pensamento crítico pode ser definido como um processo consciente que é aplicável a todo o pensamento que busca conclusões através da análise do próprio raciocínio. Trata-se da capacidade de ouvir e ler atentamente, avaliar os argumentos, procurar e encontrar suposições, comunicar de maneira efetiva e prever as consequências de uma afirmação. A prática dessas habilidades é necessária para se iniciar um processo de transformação de um pensamento de senso comum em pensamento crítico.

Inovação é a capacidade de ter ideias criativas e inovadoras. A inovação requer foco em resultados e coragem para resistir a medidas padronizadas e avaliações ultrapassadas.

Algumas atitudes são requisitadas para se desenvolver o pensamento crítico e inovação, como por exemplo, manter-se bem informado, compreender pontos de vistas divergentes e a opinião alheia, ser flexível na consideração de alternativas e opiniões, ser imparcial e prudente, questionar as premissas e suposições, adotar diferentes perspectivas e estar sempre atento ao potencial de cada situação, e estar preparado para atuar em contexto de mudança.

Promover um ambiente cooperativo, onde as pessoas possam alcançar e exercitar todas essas habilidades e atitudes se faz necessário para formar um cidadão capaz de analisar a consistência dos raciocínios e afirmações de senso comum e, principalmente, de tomar iniciativa para mudanças, assumindo as responsabilidades sobre aquilo que julga sensato e justo.

Aprendizagem ativa e Estratégias de Aprendizagem

Aprendizagem ativa é a atitude proativa de um indivíduo em relação à própria educação. Um estudante com essa competência tem a iniciativa de buscar meios de desenvolver suas capacidades quando necessário, é autodidata, e tem consciência e controle de seu processo de aprendizagem.

Aprendizagem ativa pode ser definida como um processo no qual os alunos podem fazer, pensar e refletir criticamente sobre as próprias ações, de modo a realizar aprendizagens com base na resolução de problemas reais ou simulados, em diferentes contextos (Berbel, 2011). Na aprendizagem ativa o aluno deixa de ser um acumulador de informações para engajar-se de maneira ativa na própria construção do conhecimento, indo atrás do que precisa resolver de maneira engajada.

A metodologia de trabalho por projetos possibilita tratar um problema como fonte de desafio e desenvolvimento de habilidades construtivas. Por meio do trabalho desenvolvido nos projetos possibilitavam-se: o exercício da cidadania; as práticas para a autonomia; para a iniciativa; o respeito por si mesmo; a persistência e a construção do espírito crítico.

Peer learning ou aprendizagem entre pares é outra das metodologias empregadas pela aprendizagem ativa na qual, por meio da troca entre parceiros de trabalho é possível que aquele menos capaz desenvolva novas maneiras de aprender ao entrar contato com o outro, mais capaz.

Por meio desta metodologia, os alunos desenvolvem habilidades em organização e planejamento de atividades de aprendizagem, trabalhando em colaboração com os outros, oferecendo e recebendo feedback e conseguindo monitorar e avaliar a sua própria aprendizagem.

Neste contexto, é necessário que o mentor/ tutor provoque o aluno a pensar, além de acompanhar sua aprendizagem. Assim, para que o aluno aprenda de maneira mais significativa, o mentor/tutor deverá realizar ações que ajudem o estudante a atribuir sentido às suas experiências, a construir conhecimento e desenvolver as suas competências socioemocionais, além das competências técnicas.

Criatividade, Originalidade e Iniciativa

A criatividade é a capacidade de criar; a originalidade é relacionada ao desenvolvimento de soluções que outras pessoas não conseguiram imaginar; já a iniciativa está relacionada à aptidão de agir prontamente sem depender de instruções alheias.

A criatividade antecede a inovação. Enquanto a criatividade refere-se à capacidade de gerar ideias novas e úteis, a inovação está atrelada à capacidade de implementá-la. Ou seja, criatividade é inspiração enquanto a inovação é a ação. A iniciativa trata da atuação com determinação em diferentes situações.

Sabe-se que a criatividade é uma competência que que pode ser aprimorada se exercitada. Os mesmos fatores que potencializam a cognição, como alguns exercícios mentais e a otimização de atitudes e do ambiente, podem, também nos ajudar a desenvolver as habilidades criativas.

Sobre a capacidade de agir prontamente sem depender de instruções alheias, ou seja, ter iniciativa inclui ter um espírito empreendedor e realizar ações que proporcionem novas oportunidades. O sujeito com iniciativa propõe e leva adiante ações do dia a dia sem depender de solicitações ou instruções alheias, age com determinação e persistência frente às dificuldades, além de conseguir identificar as oportunidades que não são óbvias para as demais pessoas, atuando de forma proativa e oportuna para aproveitá-las em benefício do negócio.

Juntas, essas competências formam uma tríade que caracteriza o sujeito como dono de uma mentalidade de crescimento, que se adapta e consegue receber coisas novas de um modo positivo.

Resolução de Problemas Complexos

De maneira geral, problemas são nossas fontes de estresse, e quando estamos diante de um, sabemos reconhecê-lo devido ao desconforto emocional que sentimos. Para os autores Nezu e Nezu (1995), um problema é a ligação que descreve o desequilíbrio entre a demanda e a disponibilidade de uma resposta adaptativa do indivíduo ao ambiente.

Os problemas podem apresentar diferentes graus de complexidade, representando adversidades e demandando grande parte de seu tempo. Muitas vezes escolhe-se opção de evitar ou esquivar-se de tais situações, o que impossibilita o aprendizado da habilidade em resolução de problemas.

Solução pode ser definida como uma resposta adaptativa para modificar a natureza da situação problemática, sendo que as soluções eficazes são aquelas que, além de modificar a natureza da situação problemática, minimizam as respostas negativas e potencializam as consequências positivas.

Essas habilidades podem ser aprendidas e uma vez que o indivíduo consegue aprendê-las, pode tornar-se habilidoso em encontrar soluções eficazes de modo a diminuir emoções perturbadoras.

Liderança e Influência social

Liderança pode ser definida como um processo no qual pessoas influenciam outras a buscar um objetivo e direcionar a organização em um caminho que a torne mais racional e coerente.

A liderança é aprendida, mas as atitudes de um líder podem ser influenciadas por atributos como: valores, ética e caráter. Há fatores que são importantes para definir o processo de liderança. São eles: a confiança e a comunicação eficaz e cuidadosa do líder. Assim, líderes mais respeitados concentram-se no que são, no que sabem e no que fazem. O desenvolvimento de níveis mais altos de trabalho em equipe é uma das características de um líder, adquirido por meio de trabalho e estudo.

Pessoas com liderança articulam e despertam o entusiasmo por uma visão ou missão compartilhada; adiantam-se para liderar quando necessário e, independentemente de sua posição; guiam o desempenho de outras pessoas mantendo-as responsáveis pelo que fazem; lideram dando o exemplo.

empreendedorismo

Empreendedorismo pode ser compreendido como a intenção de gerar melhorias na qualidade de vida de um coletivo e não a valores exclusivamente econômicos (DOLABELA, 2003). Os novos modos de produção e prestação de serviços geraram um ambiente favorável à proliferação de propostas educacionais que usam o empreendedorismo como tema.

O empreendedorismo visa a formação de ação empreendedora caracterizada pela capacidade de construir conhecimentos novos a partir de conhecimentos precedentes, ampliando sua utilidade não só para empreendedores, mas também para todas as pessoas ligadas a outros ramos de atividade.

Despertar a face empreendedora do sujeito consiste em levá-lo a perceber que é possível transformar uma realidade por meio de ações que lhe permitam crescer de forma produtiva. O empreendedor reage positivamente à novidade e a explora como sendo uma oportunidade e é capaz de conviver com os riscos das suas decisões porque, acima de tudo, prioriza e estuda as diversas situações, detectando oportunidades e assumindo riscos calculados na implementação de suas ideias.

Inteligência Emocional

A Inteligência Emocional é um campo de pesquisa, que traz a proposta de ampliar o conceito do que é aceito como tradicionalmente inteligente, incluindo, no campo da inteligência, aspectos relacionados ao mundo das emoções e sentimentos.

Denominada de QE – quociente de inteligência emocional – a Inteligência Emocional, reflete uma maneira diferente de ser inteligente e pode ser definida como a “capacidade de reconhecer nossos próprios sentimentos e os sentimentos dos outros, de motivarmos a nós mesmos, de administrar bem as emoções em nós e em nossos relacionamentos” (GOLEMAN,2005).

A Matriz de Soft Skills traz como competências associadas à Inteligência Emocional quatro domínios específicos: Autoconhecimento, Autorregulação, Percepção Social e Habilidades de Relacionamento.


Essa divisão é decorrente da literatura sobre soft skills. As quatro competências desse caso, são todas dimensões da inteligência emocional. No entanto, a recomendação é considerar Autoconhecimento, Autoregulação, Percepção Social e Habilidades de Relacionamento como se fossem competências separadas.


Segue uma breve descrição de cada uma delas.

Autoconhecimento

Autoconhecimento pode ser definido como a habilidade de reconhecer as próprias emoções, objetivos de vida, valores pessoais, potencialidades e limitações. A percepção emocional acurada permite ao indivíduo compreender como suas emoções podem afetar seu desempenho nas relações familiares, profissionais, amorosas etc.

Importante atentar para o fato de que os sentimentos acompanham a vida cotidiana, embora nem sempre sejam analisados de maneira consciente. Normalmente, tomamos conhecimento deles quando os extravasamos, tanto de forma positiva como negativa. No segundo caso, as ações provenientes dessa emoção, por vezes, não acarretam bons resultados.


O autoconhecimento permite que o indivíduo saiba o que está sentindo e a partir desta percepção possa tomar uma decisão realista com base em suas habilidades e com uma sensação de autoconfiança. Assim, pessoas com autoconhecimento desenvolvido conseguem administrar sentimentos rebeldes e desagradáveis, mantendo-se motivados e ajustando-se com precisão às demandas.

No ambiente de trabalho, indivíduos com autoconhecimento aprofundado se destacam por conseguir realizar avaliações mais precisas e conscientes, assumindo a responsabilidade por acertos e erros, agindo para resolver os problemas e seguindo em frente com uma mentalidade de crescimento. São capazes também de manter-se motivados, ajustando-se aos sentimentos de seus pares, desenvolvendo habilidades sociais para o trabalho em equipe e a liderança.

Fazem parte desta competência as seguintes capacidades:

Autorregulação

Considerada um componente da inteligência emocional, a autorregulação emocional diz respeito às habilidades que as pessoas possuem para identificar, nomear e agir em relação aos próprios sentimentos e aos de outras pessoas.

Autorregulação pode ser definida como a capacidade de regular com sucesso as emoções, pensamentos e comportamentos em diferentes situações, administrando de forma eficiente o estresse, controlando impulsos e motivando a si mesmo. Indica também a capacidade de trabalho de um indivíduo para alcançar objetivos pessoais e acadêmicos.

Uma pessoa com a autorregulação desenvolvida consegue lidar com as emoções de maneira adequada, evitando que elas interfiram nas tarefas que deve realizar; é conscienciosa e adia gratificações, prosseguindo em seus objetivos; além de perseverar diante de obstáculos e frustrações.

A autorregulação permite às pessoas regular as emoções de modo a facilitar o ajustamento psicossocial e a interação social positiva com os outros; desenvolver uma autoestima positiva e aprender a conhecer e valorizar competências e qualidades em si próprias e nos outros; interagir com os colegas de forma assertiva e efetuar tomadas de decisão responsáveis.

Nos ambientes corporativos, a autorregulação apresenta relação estreita com o desempenho, uma vez que possibilita a gestores e líderes: administrar com eficácia emoções e impulsos perturbadores; flexibilidade para gerenciamento de mudanças e desafios; e adaptabilidade que pode ser traduzida pela habilidade de manter-se aberto às novas ideias e condutas.

Fazem parte desta competência as seguintes capacidades:

Percepção Social

A percepção social ou percepção das pessoas, um dos processos que mais interfere nas relações humanas pode ser definida como um processo de interpretação do comportamento das outras pessoas.

A percepção do mundo é diferente para cada um de nós e cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.

Neste sentido, é através da percepção que um indivíduo faz do outro que se pode notar a forma de como esse indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Portanto a percepção social tem uma grande importância, podendo ser relacionada à imagem que se faz do outro, ao conteúdo da memória, aos conceitos de valor e normas socioculturais e está ligada a valores específicos do indivíduo ou de grupos distintos.

No ambiente corporativo, a percepção social se refere à observação e análise do ambiente de trabalho para identificar necessidades de melhorias que podem ser implementadas. Assim, proporcionar trabalho em grupo, exercer a escuta ativa e a empatia, aceitar as ideias de todos os participantes em reuniões para o debate de um novo projeto ou produto, são ações importantes que impactam positivamente o ambiente e atmosfera organizacional.

A Matriz de Soft Skills elaborada pelo SENAI, reconhece cinco categorias de competências que delineiam formas de percepção social. A saber:

(i) autoconsciência: reconhecer suas próprias emoções, limitações, valores;
(ii) consciência social: preocupação com o outro, perceber as emoções do outro, aceitar sentimentos diferentes dos seus, lidar com a diferença e respeitar o próximo;
(iii) tomada de decisão responsável: capacidade de identificar problemas reais, refletir sobre as situações, habilidade de solucionar problemas de forma ética, sem prejudicar o outro;
(iv) relacionamento interpessoal: formar parcerias positivas com comprometimento e cooperação, comunicar-se efetivamente, habilidade de negociação, para lidar de forma satisfatória com conflitos, saber pedir e oferecer ajuda e,
(v) autorregulação: gerenciar suas próprias emoções e comportamentos para chegar a determinado fim, envolvendo a motivação, a disciplina e a persistência diante de desafios, podendo utilizar-se de humor e criatividade .

Habilidades de Relacionamento

A arte de nos relacionarmos com os outros é também a aptidão de gerir as emoções dos outros, e está na base da popularidade, da liderança e da eficácia interpessoal. A habilidade de relacionamento pode ser definida como competência facilitadora das relações positivas capazes de gerar resultados edificantes provenientes dessas conexões.

A habilidade de cultivar bons relacionamentos requer autoconhecimento e empatia, para lidar com divergências de ideias, posicionamentos, percepções, valores, personalidades e objetivos. Por isso, o grande desafio das empresas e da carreira de um profissional de hoje é desenvolver habilidades para estabelecer bons relacionamentos interpessoais.

No contexto empresarial, manter boas relações interpessoais é fundamental para o desenvolvimento profissional e pode abrir muitas portas. Ao trabalhar a competência de relacionamento exercitam-se também as habilidades de comunicação, engajamento social e trabalho em grupo.

Recomendações de aplicações práticas

Recomendações para Avaliação

Avaliação por Rubricas

As rubricas servem para classificar produtos ou comportamentos em qualquer produção, podem ser usadas para dar feedback formativo aos alunos, gerar notas ou avaliar programas, tais como redações, ensaios, trabalhos de pesquisa, apresentações orais e atividades. A avaliação dos alunos para esse programa será realizada apenas pelo tutor / mentor.

As avaliações por rubrica deixam claro para os alunos o que eles precisam aprender, funcionando como mapas que orientam seus percursos de aprendizagem. Isso faz com que eles dirijam suas energias, atenção e trabalho para estes objetivos.

As rubricas podem ser uma ótima ferramenta para fazer uma avaliação do processo de formação do aluno, sendo muito úteis para avaliar atividades colaborativas, discussões em grupo, trabalhos em grupos, construção de projetos, por exemplo, ou até mesmo atividades individuais como estudo de caso, elaboração de um plano de ação, perguntas dissertativas e gravação de um vídeo.

O benefício da aplicação das rubricas é poder estabelecer parâmetros alinhados aos objetivos de um projeto ou de um programa.

Matriz de Avaliação por Rubricas

As Rubricas de Avaliação de Soft Skills desenvolvidas pelo SENAI para a Educação Profissional são as recomendadas para esse programa. É uma matriz que se divide para cada competência e, consequentemente, para cada habilidade referente a essa competência. Na matriz há 4 níveis, sendo o Nível 1 – o estudante está abaixo do esperado; Nível 2 – o estudante está progredindo; Nível 3 – o estudante está 100% dentro do esperado; Nível 4 – o estudante supera as expectativas.

As dez competências que estão incluídas na Matriz de Rubricas são as mesmas da Matriz de Soft Skills, e elas estão alinhadas com as competências consideradas como principais pelo Forum Econômico Mundial para todas as carreiras profissionais. As Soft Skills ou Competências Socieoemocionais são importantes para os ambientes de trabalho, mas também para outros ambientes.

As rubricas estão estruturadas para ajudar os tutores / mentores a darem feedback aos alunos, assim como oferecer oportunidade para reflexão e realinhamento de condutas e metas. A estrutura das Rubricas de Avalição de Soft Skills elaboradas pelo SENAI são ideais para auxiliar nessas conversas porque foram elaboradas considerando o que é importante para os indivíduos nas organizações e sociedade de hoje, assim como sua trajetória futura.

É recomendável que a primeira avaliação seja realizada no início do trabalho, quando do ingresso dos alunos no projeto de pesquisa, empregando a rubrica de avalição. Essa primeira avaliação tem função diagnóstica e servirá de marco inicial para o desenvolvimento das competências elencadas no Quadro de Soft Skills.

Periodicamente, considerando um intervalo médio adequado ao projeto, novas avaliações devem ser aplicadas a fim de registrar a evolução dos alunos em cada capacidade relacionada a cada Soft Skills.

O resultado desse monitoramento deve ser a oferta de feedback para o aluno e indica para o tutor/mentor a necessidade de intervenção com novas atividades práticas, ajuda mais personalizada ou reforço positivo aos que apresentam evolução adequada.

Ao final do projeto, a rubrica de avaliação deverá ser aplicada, e esse último resultado deverá ser comparado com ao resultado da primeira avaliação, o de entrada do aluno. A mudança do aluno no nível de cada habilidade representa que houve impacto do programa no desenvolvimento daquela habilidade e consequentemente naquela competência.

Todas as habilidades listadas para cada competência devem ser avaliadas a fim de aferir a real evolução na Soft Skill.

O Relatório de Progresso de Soft Skills pode ajudar nessa atividade.

Relatório de Progresso de Soft Skills



O Relatório de Progresso de Soft Skills pode ajudar na atividade de avaliação dos alunos, Esse é um formulário que solicita ao tutor / mentor que indique como está o desempenho do aluno nas diversas habilidades que compõem a Rubrica de Softskills.


Soft skills (escores de 1 a 4)

Competência

Resolução de Problemas Complexos

Liderança e influência Social

Empreendedorismo

Habilidades

Concretizar estratégias para organizar e analisar formas de resolução de problemas.

Desenvolver habilidades reflexivas, analíticas e de avaliação para resolver problemas e alcançar soluções.

Identificar e analisar a origem dos problemas, agindo nas causas e não somente nos sintomas para garantir que não sejam recorrentes.

Expressar opiniões divergentes de forma construtiva, de maneira franca e respeitosa, não se intimidando em posicionar-se.

Cultivar a escuta para elaborar uma boa comunicação na relação entre pares.

Comunicar de forma objetiva, simples e clara, adequando sua linguagem aos diferentes públicos e checando o entendimento das pessoas.

Demonstrar clareza sobre seus interesses, pontos fortes e pontos a melhorar.

Trabalhar de forma colaborativa em atividades que envolvem diferentes áreas ou pessoas.

Oferecer ajuda quando percebe necessidades dentro ou até fora de sua área de atuação.

Atuar em prol da realização de um propósito coletivo, considerando os impactos e as consequências de suas atitudes e ações na cadeia de processo da organização.

Antecipar problemas, agregando considerável valor para a área.

Contribuir de forma voluntária para projetos e atividades.

Agir de forma proativa às oportunidades e dificuldades, para aproveitá-las ou corrigi-las, buscando ajuda necessária e/ou orientações específicas para iniciar suas ações.

Enfrentar adversidades, resistir à frustrações, buscando estratégias construtivas para alcançar objetivos.

Momento1

Momento 2

Momento 3

Momento 4

Momento 5

Momento 6

O tutor / mentor também pode entregar Formulários de Comentários para o aluno, onde ele poderá preencher com suas reflexões acerca de sua formação, suas dificuldades, metas e pontos de melhoria. Isso ajuda no momento em que o tutor / mentor e o seu aluno irão discutir os resultados da avaliação. O Formulário de Comentários não tem finalidade de pontuação, mas é uma estratégia metacognitiva para o aluno tomar consciência de seu processo de aprendizagem.

Data

Comentários

Ações pessoais com base nos escores semanais

Momento 1

Exemplo: A semana foi razoavelmente boa. Conheci novas pessoas. Fiquei um pouco perdido

Exemplo: Tentar prestar mais atenção nas instruções – checar as informações antes de começar um trabalho

Momento 2

Exemplo: Consegui terminar quase todas as tarefas que me foram dadas. Mas ainda estou um pouco tímido com o instrutor.

Exemplo: Tentar melhorar meu planejamento e organizar o meu horário.

Momento 3

Exemplo: Fiz amizade com vários colegas que me ajudaram com algumas atividades

Exemplo: Vou tentar colaborar mais em outras atividades.

Como avaliar o estudante a partir do Quadro de Soft Skills

A partir do Quadro de Soft Skills, o tutor / mentor poderá avaliar o desenvolvimento do aluno e registrar no Relatório de progresso.

QUADRO DE SOFT SKILLS

Maturidade Operacional EMBRAPII

Sistema Excelência Operacional EOE

Atividades Típicas Segundo EOE

HABILIDADE

RECOMENDAÇÕES PARA PRÁTICAS HANDS-ON

RECOMENDAÇÕES DE APLICAÇÃO PRÁTICA

Negociação de projetos: envolve as atividades de negociação de escopo técnico, escopo financeiro e jurídico, entre o grupo credenciado e as empresas interessadas no desenvolvimento dos projetos EMBRAPII.

Formulação de propostas e contratos

  • Definir objetivos e escopo para projetos
  • Definir equipes para os projetos e responsabilidades
  • Definir macro entregas e prazos
  • Definir orçamento considerando as fontes de recursos para projetos
  • Identificar premissas e restrições
  • Emitir propostas e/ ou planos de trabalho
  • Atualizar Sistema de EMBRAPII

Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem

  • Propor soluções e conclusões embasadas e avaliar a sua eficácia.
  • Sintetizar os pontos críticos dos contratos anteriores e propor alternativas para uma nova contratação.

Empreendedorismo

  • Antecipar problemas, agregando considerável valor para a área.
  • Elaborar alternativas para a aplicação e a comercialização da(s) tecnologia(as) a desenvolver no projeto em contratação.

Criatividade originalidade e iniciativa

  • Experimentar as próprias ideias e tomar decisões por conta própria.

O exemplo a seguir demonstra um aspecto extraído do Quadro de Soft Skills:

Exemplo - passo 1

Vamos supor que o aluno está sendo avaliado pelo resultado das Atividades Típicas Segundo EOE, e que estão relacionadas a Soft Skill “Aprendizagem Ativa e Estratégias de Aprendizagem”, com foco na habilidade “Propor soluções e conclusões embasadas e avaliar a sua eficácia”, como indicado no Quadro. E o tutor / mentor solicitou ao seu aluno algumas atividades de aplicação prática, para desenvolver essa Soft Skill.

EXEMPLO - PASSO 2

O próximo passo é consultar a Matriz de Rubricas, no campo de Aprendizagem Ativa e Estratégias de Aprendizagem e analisar como o aluno se apresenta para aquela habilidade listada para no quadro de Soft Skill. O tutor / mentor deve considerar não só os resultados mas também o comportamento do aluno ao longo das atividades.

Importante frisar que a avaliação deverá estar relacionada às práticas comuns do aluno no dia a dia do seu projeto, além da atividades práticas recomendadas no Quadro de Soft Skills.

EXEMPLO - PASSO 3

Com base na Rubrica de Avaliação, o tutor / mentor registra no Relatório de Progresso os níveis do aluno para a habilidade “Propor soluções e conclusões embasadas e avaliar a sua eficácia” da Soft Skill “ Aprendizagem Ativa e Estratégias de Aprendizagem”.

EXEMPLO - PASSO 4

O formulário de comentários deve ser preenchido pelos alunos . Os comentários e registros têm o propósito de ajudar o aluno a tomar consicência de seus sentimentos, atitudes e estabelecer metas.

Data

Comentários

Ações pessoais com base nos escores semanais

Semana 1

Exemplo: A semana foi razoavelmente boa. Conheci novas pessoas. Fiquei um pouco perdido

Exemplo: Tentar prestar mais atenção nas instruções – checar as informações antes de começar um trabalho

Semana 2

Exemplo: Consegui terminar quase todas as tarefas que me foram dadas. Mas ainda estou um pouco tímido com o instrutor.

Exemplo: Tentar melhorar meu planejamento e organizar o meu horário.

Semana 3

Exemplo: Fiz amizade com vários colegas que me ajudaram com algumas atividades

Exemplo: Vou tentar colaborar mais em outras atividades.

A seguir, veja algumas sugestões de feedback para o você dar ao seu estudante

Sugestões para orientações e feedback aos estudantes

O tutor / mentor pode utilizar Formulários de Comentários como os dos alunos para avaliar e anotar brevemente sobre as boas atitudes, desafios, próximas ações ou outros feedbacks e reflexões.

O tutor / mentor deve fazer uma reunião inicial para apresentar os formulários para o aluno e explicar a frequência que ele será avaliado. Deverá explicar que se trata de uma oportunidade de desenvolvimento pessoal para o aluno.

O tutor / mentor deve fazer perguntas para ajudar o aluno a tomar consciência sobre seu desempenho, pontos fortes e áreas para melhoria.

Quando o tutor / mentor discutir problemas ou desafios que surgirem, ele deve fazer perguntas para ajudar o aluno a pensar em soluções. Se o aluno não estiver atendendo às expectativas, o tutor / mentor deve explicar o que é esperado dele no contexto que estão inseridos: seja projeto, ou local de trabalho. Devem ser apresentadas as razões para tais expectativas. Se for o caso, descrever como outro colega resolveu ou abordou uma situação parecida. O tutor / mentor deve recomendar estratégias simples com comentários usando “ você pode tentar…” ao invés de dizer “ você deve fazer ...” ou “ você não deve...”

O tutor / mentor deve oferecer feedback positivo sobre os pontes fortes. Seja específico no feedback positivo e descreva como e quando ele apresentou esses pontos fortes.

Tutor / mentor:

Faça perguntas sobre o futuro – se há alguma coisa que o aluno gostaria de aprender ou desenvolver.

Faça perguntas que estimulem o aluno a refletir no trabalho feito até o momento.

Planeje oportunidades para o aluno refletir sobre as habilidades que são necessárias e que está desenvolvendo.

Para uma reunião final, fale sobre as habilidades e competências que o aluno desenvolveu, o quanto ele progrediu ao longo do trabalho.

Se o aluno ficou abaixo do esperado em alguma(s) área (s), ofereça sugestões construtivas para ele continuar melhorando, e o ajude a entender a importância da habilidade em questão para sua carreira.

Documentos

Versão para Impressão desse Curso Quadro de Soft Skills Rubricas de Avaliação de Soft Skills Relatório de Progresso de Soft Skills Formulário de Comentários

Referências

Créditos

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade

Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti

Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade

Presidente


SENAI - Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti

Diretor Geral


Gustavo Leal Sales Filho

Diretor de Operações


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Felipe Esteves Morgado

Gerente Executivo e Coordenador no SENAI do Projeto Capacitação 4.0 em Parceria com a EMBRAPII


Luiz Eduardo Leão

Gerente de Tecnologias Educacionais


Deusa Carvalho

Gerente de Educação Profissional e Tecnológica


Coordenação do Projeto da Matriz e Rubricas de Soft Skills

Anna Christina Theodora Aun de Azevedo Nascimento


Design e Produção Gráfica

Bianca Starling Rosauro de Almeida

Laise Caldeira Pedroso


Equipe técnica

Anna Christina T. A. A. Nascimento

Monica de Castro Mariano Carneiro

Nelson Massaia

Sandro Portela Ormond


Consultoria técnica

Letícia Lyle